Conferências

Conferência de Abertura

“Dados, análises, políticas: do reconhecimento da importância da análise geospacial na vida dos cidadãos às necessidades crescentes de um futuro turbulento”

Vivemos claramente num mundo em mudança de paradigma(s). Este novo mundo digital é integrado no mundo “real” em simbiose. Cada parte integrante da nossa vida depende de pequenas (ou grandes) infraestruturas, plataformas. De processos em que uma parte nessa interface digital-real pode não ser visível (como um telemóvel) mas é uma parte fundamental para o funcionamento normal da sociedade (i.e. infraestruturas wireless, sistemas de transportes como luzes de tráfego, plataformas de governo para acesso de cidadãos, números de emergência médica, sistemas de refrigeração, etc).

Neste contexto, a produção e o uso de dados georreferenciados é fundamental para que as sociedades possam existir e evoluir. Associada à necessidade de dados e análises geoespaciais encontra-se a necessidade de garantir que as infraestruturas físicas, mas também digitais e humanas (hard soft-infrastructure) estão a par do que é necessário. A
recolha e processamento de dados é um factor muito importante, não só para se mapear realidades, necessidades e oportunidades, para criar cenários futuros que nos permitem escolher e gerir opções ambientais, sociais e económicas sustentáveis, mas também para evitar grandes assimetrias territoriais, sócio-económicas, ambientais e populacionais. As empresas e as políticas públicas estão dependentes da evidência contida na análise de dados qualitativos e quantitativos, nos vários sistemas de apoio à decisão (PSS).

A “digitalização” dos territórios e das sociedades que neles vivem, a necessária análise de dados que justificam políticas e acção, têm promovido mudanças de paradigmas a vários níveis. A forma como as análises e o planeamento geoespacial é efectuado está na base de grande parte das necessidades e oportunidades que levaram a essa mudança de paradigma. Esta conferência passa em revista as grandes contribuições da análise geoespacial, as oportunidades e os desafios, bem como as alterações nos vários
paradigmas o século XXI.


Conferência de Encerramento

“Os Geógrafos e a transição para a sustentabilidade: a interacção entre análise e intervenção”

O apelo aos geógrafos é uma evidência. A degradação ambiental e as mudanças climáticas, socais e outras mudanças globais em curso requerem uma urgente mudança de paradigma na gestão de todos os recursos. É esta a chamada transição para a sustentabilidade: a “transformative change”. Para contribuir para esta mudança, novas formas de interacção entre a ciência a sociedade têm vindo a emergir e consolidam-se, sobretudo nos campos das ciências ambientais, sociais e da gestão para a sustentabilidade – nas quais a Geografia e os Geógrafos têm um papel determinante.

A integração de diferentes formas de conhecimento é cada vez mais reconhecida como um mecanismo facilitador da inovação. Para a ciência, diferentes modalidades de produção interdisciplinar de conhecimento vão sendo experimentadas e progressivamente também processos transdisciplinares, a diferentes escalas e em diferentes contextos.

Estas abordagens requerem novos modelos conceptuais, novas metodologias, novas formas de produzir, validar e de comunicar o conhecimento.

A formação de geógrafo potencia uma facilidade em entrar por este tipo de abordagens. Mas colocam-se múltiplas questões de escolha no percurso de investigação, entre possíveis caminhos. Nesta comunicação revemos os processos que têm demonstrado ser fundamentais para manter a qualidade científica a para e par com a aceitação societal do conhecimento produzido, e até à intervenção na sociedade. Revisitamos os desafios que se colocam no caminho do Geógrafo entre um percurso de investigação analítico e o que intervém, de diferentes formas, para a mudança na sociedade.